quarta-feira, 20 de julho de 2011

Caixas pequenas, mas com grande desempenho


Discretas, fáceis de instalar e posicionar. Esses são os principais méritos das caixas acústicas compactas, que caíram no gosto do público entusiasta de tecnologia e cada vez mais inundam as prateleiras dos magazines e show room de lojas especializadas.

Graças ao sucesso do home theater, iniciado na década de 90, hoje todos os grandes fabricantes, inclusive àqueles mais tradicionais, cujos nomes são associados às caixas clássicas do tipo torre (ou de piso), têm em linha modelos compactos. Com a necessidade de seis caixas na sala, foi preciso adequar o tamanho de seus gabinetes às questões estéticas e a falta de espaço – realidade comum nas maiores cidades. A concorrência entre os diversos fabricantes de caixas criou uma infinidade de opções para o consumidor que não pretende (ou não pode) investir muito. Com a variedade de modelos disponíveis hoje, é provável que haja boas chances de satisfazer as exigências em qualidade sonora de quem está investindo num home theater.


Para muitos especialistas, porém, caixas torre são indiscutivelmente melhores. O fato é que as melhores caixas do mundo são modelos torre, com capacidade para admitir potências mais elevadas do que modelos compactos. No aspecto específico da reprodução de graves, o seu grande porte e o maior diâmetro do (s) seu (s) woofer (s) fazem com que grande parte dessas caixas, se for de alta fidelidade, tenha uma resposta de baixas frequências tão potente e precisa a ponto de dispensar o uso de um subwoofer. A soma de todos esses atributos resulta, muitas vezes, em preços mais elevados para as caixas torre. Neste quesito, as caixas compactas levam larga vantagem. E o resultado é a maior disponibilidade de modelos a um custo bem mais acessível em relação as torre.

Afora o apelo estético, um conjunto de caixas compactas possibilita maior flexibilidade em termos de localização no home theater, principalmente em salas pequenas ou de tamanho médio (de até 20m2). Mas e se a sala é pequena e não comporta adequadamente uma caixa torre, é possível obter a mesma performance com modelos compactos? Embora evasiva, a melhor resposta é: depende. Afinal, não devemos comparar caixas torre high-end com modelos compactos com falantes diminutos. Da mesma forma que seria injusto comparar caixas torre baratas e mal construídas com modelos bookshelf topo de linha de um fabricante renomado. Tudo depende do desenho interno da caixa, dos falantes e demais componentes utilizados na fabricação de ambos os tipos de caixa.

QUAIS OS TIPOS?

É preciso ficar claro que há dois tipos de caixa compacta: satélite e bookshelf. A primeira possui altura entre 5 e 25cm e é voltada a espaços restritos de até 15m2, por ser mais discreta e interferir menos na decoração do ambiente. Está disponível geralmente em conjunto (como os que acompanham kits in-a-box), oferece gabinetes feitos na maioria de plástico e costuma ser instalada diretamente no móvel ou com a ajuda de suportes de parede. Já a caixa bookshelf apresenta entre 26cm e 80cm, é vendida em par e seu gabinete é normalmente de madeira, embora haja modelos produzidos em compostos de plástico, como o ABS de alta resistência.

Há no mercado inúmeras caixas bookshelf com gabinete rígido, alto-falantes e componentes de qualidade, entre outras características, capazes de proporcionar alta fidelidade sonora, o que não costuma ocorrer com as do tipo satélite. Para que o tweeter das caixas bookshelf fique a uma altura adequada à posição de audição, elas devem ficar apoiadas sobre pedestais ou posicionadas em estantes ou racks. Se mesmo com suas dimensões reduzidas as bookshelf ainda são consideradas grandes para você, talvez seja bom considerar um conjunto de caixas satélite.


Mas vale o alerta: embora existem modelos com resultados sonoros surpreendentes à primeira vista (no caso, audição) pelo preço que custam, as incontestáveis limitações na reprodução de graves, podem decepcionar a maioria das pessoas após uma audição mais atenta. Além disso, a baixa capacidade de admitir alta potência é outra desvantagem das caixas satélite. Não é por acaso que algumas marcas (como a Bose, por exemplo) desenvolvem eficientes circuitos de proteção contra sobrecargas, a fim de permitir o seu trabalho sem riscos de danos aos falantes quando conectadas a receivers mais potentes.

POSICIONAMENTO

A instalação e o posicionamento correto serão determinantes para a boa performance de um sistema formado por caixas compactas. De nada adianta comprar boas caixas se a instalação for mal feita. Modelos satélite podem ser instalados nas paredes com suportes articuláveis, em pedestais mais simples ou em móveis. No caso de modelos bookshelf para se extrair uma boa performance, o ideal é sustenta-las sobre pedestal.


Os pedestais, como os fabricados por várias empresas nacionais, possuem estrutura robusta, capaz de reduzir ressonâncias e vibrações geradas pela movimentação nos falantes. Permitem também a instalação das caixas na altura correta em relação aos ouvintes, além de valorizar o acabamento do conjunto. Junto as caixas, aconselha-se investir em bons cabos. Antes, verifique os conectores, desconfie de marcas pouco conceituadas e fuja dos populares flamenguinhos, existentes até nos dias atuais.

Diferentemente do que ocorre com caixas torre em uma sala de dimensões restritas, num sistema composto por caixas bookshelf e um subwoofer, as frontais podem ficar na posição ideal para a formação de um bom palco sonoro. As caixas esquerda e direita devem ficar a, pelo menos, 2m de distância entre si em posições alinhadas em relação à tela. A caixa central deve ficar exatamente no meio. Recomenda-se ainda a instalação das frontais na altura dos ouvidos dos espectadores quando sentados, ou seja, em torno de 1m a 1,20m do piso. O ideal é traçar linhas imaginárias na sala, formando um triângulo com a posição de audição.

Já as caixas surround (também compactas) devem ficar posicionadas simetricamente logo atrás da posição de audição e numa altura a partir de 1m60 do piso. Tomando esses cuidados, será possível promover uma harmonia perfeita entre o conjunto.

SUBWOOFER

O subwoofer assume um papel essencial em sistemas de home theater com caixas compactas, uma vez que elas dificilmente conseguem cobrir satisfatoriamente toda a gama de frequências audíveis. O sub se encube então de responder todos os sons abaixo de determinado ponto. Se as caixas forem do tipo satélite, em geral o subwoofer pode trabalhar entre 200Hz e 120Hz, dependendo da especificação e projeto da caixa. Se forem bookshelf em torno de 80Hz. O sub pode ficar no local mais favorável para a obtenção de graves potentes e bem definidos. A parte frontal da sala costuma ser a melhor localização, uma vez que ele complementará com competência parte das baixas frequências não reproduzidas pelas incansáveis caixas compactas frontais.


Em resumo: se a sua sala é realmente pequena e a escolha for por um bom subwoofer, não se preocupe tanto com a resposta de frequências baixas da caixa compacta. Verifique, porém, o seu comportamento na região dos médios e dos agudos. Alguns modelos satélite são demasiadamente estridentes nessas faixas de frequências.

COMO ESCOLHER

O fator tamanho não deve ser o mais importante na escolha das melhores caixas compactas. Além da preferência pessoal por determinada marca, a decisão deve se basear em aspectos como acabamento e especificações técnicas. Os números devem servir como referência, mas não tomados ao pé da letra. Há caixas com boas medições que têm desempenho sofrível, e às vezes acontece também o contrário. Mais importante é o seu ouvido.


A tecnologia empregada nas caixas compactas evoluiu significativamente nesses últimos anos, a ponto de existir modelos com um falante full-range – que procura reproduzir toda a faixa de freqüências. Mesmo assim, dê preferência para caixas com divisor de frequências (crossover) a partir de duas vias (2-way) e no mínimo um woofer e um tweeter. Desta forma, os agudos e parte das médias frequências são enviadas para o tweeter, enquanto que os graves são destinados ao woofer, traduzindo em melhor definição sonora.

Adquirir caixas da mesma marca e, se possível, da mesma linha para a formação de um conjunto é fundamental para o resultado final. Isso porque seus projetos foram desenvolvidos de forma integrada e suas características técnicas e timbre serão homogêneos. Antes de decidir procure ouvir modelos diferentes na loja, sempre com um trecho de filme e de música que você conheça bem.

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